RELÓGIO DO APOCALIPSE

domingo, 2 de janeiro de 2011

2011: O ano de todos os apertos


Com mais impostos, menores salários e preços mais altos, os portugueses vão ter menos dinheiro para gastar ou poupar. Saiba todos os aumentos que vão afectar os portugueses.

Depois de um 2010 complicado, 2011 promete ser ainda mais difícil para famílias, empresas e Estado. O crescimento económico antecipa-se modesto, ou até negativo, e o Estado terá de apertar mais o cinto para mostrar que é capaz de baixar a despesa. A capacidade de executar os planos de austeridade será determinante para que a banca obtenha crédito e para que o Estado arranje quem lhe empreste quase 50 mil milhões de euros.

As empresas vão enfrentar subidas no preço das matérias-primas e impostos, num contexto de menor procura por parte das famílias e de uma quebra do endividamento dos particulares.

O Governo prevê um abrandamento na economia, com o PIB a crescer apenas 0,2%, mas a maioria dos analistas e instituições internacionais antecipa uma recessão causada pelas medidas de austeridade.

O desemprego vai manter-se alto e o corte nas ajudas sociais vai baixar o rendimento das famílias. E vêm aí subidas de impostos e de preços. A projecção do Governo para a inflação é de 2,2%, mas vários produtos e bens vão subir mais. É o caso da electricidade (+3,8%), do gás (3,2%) e dos transportes públicos (superior a 3,5%). Como todos pesam significativamente nas despesas familiares, o orçamento mensal vai encurtar .

Os salários na Função Pública também vão descer entre 3,5% e 10%, a partir dos 1.500 euros, e no sector privado esperam-se ajustamentos salariais em baixa nas novas contratações ou nos trabalhadores a termo. Conjugados, estes factores vão resultar numa redução do poder de compra, com as famílias a chegarem ao fim do mês com menos euros na carteira. Para isso contribuirá também o aumento das taxas de juro na Zona Euro, provavelmente na segunda metade do ano se, como se espera, o BCE - Banco Central Europeu iniciar o ciclo de subida do preço do dinheiro.

A crise da dívida soberana continuará na agenda e a dúvida sobre a vinda do Fundo Monetário Internacional e da União Europeia pode não se prolongar muito para lá dos primeiros meses do ano. Então, será preciso financiar elevados montantes de dívida pública e arranjar quem empreste dinheiro à banca em grande quantidade. O sistema financeiro continuará sob pressão, à procura de credores.

fonte: Sol

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