RELÓGIO DO APOCALIPSE

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

«Partidos pagam a pessoas para comentar na Internet a seu favor»

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«EXISTEM DOIS PAÍSES. O NOSSO, DOS PORTUGUESES, E O DOS PARTIDOS»

Há na Internet comentadores ao serviço de partidos para combater opiniões desfavoráveis. Elisabete Tavares, jornalista do Expresso, afirma que estes partidos servem a banca e sociedades secretas: "Estas coisas têm que ser ditas. 

Estamos todos à espera que os partidos mudem. Os partidos não mudam, e se há uma coisa que ficou provado é que os partidos não existem para nos servir, nem para servir a economia nem o País. Já não basta só criticar".

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Wuant junta-se a movimento contra proposta da UE sobre direitos de autor


Há uma proposta da União Europeia (UE) para encontrar formas eficazes de os detentores de direitos de autor protegerem o respetivo conteúdo online. À partida seria algo bom para os Youtubers, mas estes discordam. Wuant e outros portugueses já se juntaram ao movimento "#SaveyourInternet" ("salva a tua Internet").

O objetivo é evitar que o "Artigo 13" da dita proposta seja colocado em prática. Caso se torne lei, ​​plataformas como o YouTube, Facebook ou Instagram serão responsabilizadas por qualquer violação de direitos de autor. Mas uma vez que nem todos os conteúdos são protegidos e os que são não têm uma lei bem definida, acaba por não haver um consenso sobre quem detém esses direitos e que conteúdos devem ser protegidos.

Na dúvida, as plataformas digitais bloqueiam os conteúdos para não serem prejudicadas. Nesse sentido, ao ser aprovada a proposta da UE, vídeos como "covers" musicais, montagens ou paródias podem passar a ser mais facilmente censurados.

A versão final do "Artigo 13" ainda está a ser avaliada e pode sofrer alterações. Entretanto, vários Youtubers de todo o Mundo juntaram-se ao movimento que pretende parar a proposta para evitar que conteúdos sejam bloqueados e que contas de utilizadores sejam eliminadas.


Os portugueses "wuant" e "Tiagovski" são alguns dos Youtubers que reagiram a esta proposta da UE e decidiram associar-se ao movimento. Num vídeo publicado com o título "O meu canal vai ser apagado", wuant fala sobre o tema e apela a que mais pessoas se juntem ao "#SaveyourInternet". Por sua vez, Tiagovski questiona se "após nova lei será o fim do Youtube?".


Uma petição internacional está a circular pela Internet e já conta com mais de três milhões de assinaturas. "Stop the censorship-machinery! Save the Internet!" (Pára a máquina da censura! Salva a Internet!") é o nome da petição, com a mensagem de que a Internet está a ser "ameaçada" pelo "Artigo 13".

No movimento, circula ainda uma mensagem a apelar aos Youtubers que criem um vídeo a falar da proposta até ao final de novembro. Além disso, é pedido que partilhem textos no Twitter com a "hashtag" #SaveYourInternet, adiram ao movimento na página de Youtube, assinem a petição e que peçam aos seguidores fazer exatamente o mesmo.

A votação a favor do "Artigo 13" ocorreu em setembro, mas a proposta terá de passar por um último escrutínio em janeiro de 2019, no Parlamento Europeu.


terça-feira, 13 de novembro de 2018

Empresas britânicas querem implantar microchips nos funcionários


Empresas do Reino Unido estão a estudar a hipótese de implementarem chips nos funcionários. Chips podem ser usados para patrões controlarem a vida dos trabalhadores, defendem sindicatos.

Alguns dos maiores empregadores do Reino Unido estão a estudar a hipótese de implementar uma medida que fez soar muitos alarmes depois de sugerir a hipótese de as empresas britânicas implantarem microchips nos seus trabalhadores, sob a justificação de melhorarem a segurança dos empregados.

O CBI, que representa 190.000 negócios no Reino Unido, já mostrou preocupações com a hipótese de os trabalhadores serem sujeitos a esta inovação, afirmando que as empresas se devem preocupar mais com "prioridades mais imediatas e em satisfazer as necessidades dos seus trabalhadores".

A empresa britânica BioTeq, que cria e vende esses dipositivos a empresas e privados, já implantou 150 chips no Reino Unido, embora maior parte dos mesmos tenham sido a particulares individuais. Os dispositivos em causa são implantados na área muscular entre o indicador e o polegar de uma das mãos e permitem às pessoas abrir a porta da frente, ligar a ignição do carro ou até dar informações pessoais no médico ou noutra situação que tal.

Uma das empresas que cria esses dispositivos, a sueca Biohax, contou ao Sunday Telegraph que está a discutir com várias empresas britânicas a possibilidade de implementar os chips nos trabalhadores das mesmas. Segundo os suecos, estão mesmo em negociações com empresas com milhares de trabalhadores.

O representante dos direitos dos trabalhadores da TUC mostrou preocupações com a possibilidade de as empresas obrigarem os seus trabalhadores a se submeterem à implementação destes dispositivos, dizendo: "Microchippar vai dar mais poder aos patrões e dar um controlo ainda maior sobre o trabalho dos empregados". "Os empregadores não devem deixar de lado os riscos envolvidos ou pressionar o seu pessoal a serem chipados."

Os chips da BioTeq custam entre os 80 e os 300 euros (70 a 260 libras) por pessoa. O director da empresa e todos os membros da direcção têm chips já implantados.


sábado, 10 de novembro de 2018

O sistema de vigilância da China já identifica pessoas pela forma de andar


A empresa tecnológica chinesa Watrix desenvolveu um sistema de câmaras inteligentes, capaz de identificar uma pessoa com precisão apenas pela forma como ela caminha, além de avaliar o formato do corpo.

Este é mais um método de vigilância do cidadão empregado pelo governo chinês que tem vindo a causar preocupações em relação à privacidade dos habitantes do país. Até à data, as autoridades começaram a implementar o sistema nas cidades de Pequim e Xangai.

Segundo Huang Yongzhen, CEO da Watrix, o sistema é capaz de fazer a devida identificação de uma pessoa a até 50 metros de distância, eliminando a necessidade de fazer zoom no rosto.

Além disso, as câmaras funcionam com a mesma precisão até quando a pessoa filmada está de costas ou com o rosto tapado. A garantia da empresa chinesa é: se há movimento, a câmara vai saber quem é.

O software da Watrix, explica a AP News, extrai a silhueta de uma pessoa do vídeo e analisa o seu movimento para criar um modelo da forma como caminha. Mas ainda não é capaz de identificar pessoas em tempo real. O vídeo tem que ser carregado no programa, demorando cerca de 10 minutos para pesquisar uma hora de vídeo.

“Não precisamos da cooperação da pessoa para saber a sua identidade. A análise de caminhada não pode ser enganada por simplesmente fingir um passo manco, andar com um tornozelo torcido ou com os ombros baixos e debruçados, uma vez que estamos a analisar traços do corpo inteiro”, explicou Yongzhen.

A implementação tem sido testada na prevenção de pequenos crimes, como atravessar uma rua com sinal vermelho para pedestres ou identificação de fugitivos no meio de uma multidão. Além da vigilância, o reconhecimento do andar também pode ser usado para identificar pessoas em perigo, como idosos que caíram.

O governo chinês é conhecido — e criticado por entidades internacionais — por usar tecnologias de ponta para a vigilância dos seus cidadãos. As câmaras da Watrix vêm agora complementar um outro sistema de reconhecimento facial já utilizado pelas autoridades. Com a adoção da tecnologia pelo governo, a empresa já conseguiu angariar cerca de 12,7 milhões de euros.

De acordo com Yongzhen, embora o software não seja tão bom como o reconhecimento facial, a taxa de precisão de 94% é suficiente para uso comercial.

A tecnologia em si não é nova. Investigadores do Japão, Reino Unido e Estados Unidos já têm estudado os sistemas de reconhecimento do andar por mais de uma década, mas poucos tentaram comercializá-la.


fonte: ZAP

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Junta 11 banqueiros, milionários e empresários. Balsemão vai criar Clube Bilderberg à portuguesa


De Paula Amorim a Vasco de Mello, do presidente do Novo Banco ao da Galp, sem esquecer as líderes das Fundações Gulbenkian e Champalimaud. O grupo vai seguir as mesmas regras que o Clube Bilderberg.

Francisco Pinto Balsemão, antigo primeiro ministro e fundador do grupo Impresa, vai criar em Portugal um grupo semelhante ao Clube Bilderberg, noticia esta sexta-feira o Público. O grupo vai chamar-se “Encontros em Cascais” e arrancará ainda este mês na presença de 50 pessoas. A direção vai ser constituída por 11 pessoas, entre as quais ele e o filho, além de Paula Amorim, Leonor Beleza, Carlos Carreiras e António Ramalho. A missão será encontrar soluções para os problemas de Portugal e da Europa, explica o jornal.

O grupo vai seguir as mesmas regras que o Clube Bilderberg, uma conferência anual privada que acontece desde 1954 num hotel homónimo na Holanda e que reúne parte da elite política e económica do mundo ocidental. Nenhum jornalista vai poder assistir aos encontros. E todos os membros têm de obedecer às chamadas Chatham House Rule, uma norma segundo a qual quem assistir aos encontros pode falar das ideias partilhadas nas reuniões, desde que não desvende quem é que as expressou.

Segundo o Público, a lista completa de empresários na direção do grupo é composta por Francisco Pinto Balsemão, que esteve mais de 30 anos no conselho diretor de Bilderberg; o filho, Francisco Pedro, que lidera a Impresa; Paula Amorim, presidente do Grupo Amorim; Isabel Mota, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian; Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud; o autarca Carlos Carreiras, à frente da Câmara de Cascais; António Lagartixo, do comité executivo na Deloitte Portugal & Angola; Vasco de Mello, presidente do Grupo José de Mello; Pedro Penalva, presidente da AON; António Ramalho, presidente do Novo Banco; e Carlos Gomes da Silva, presidente da comissão executiva da Galp Energia.

Carlos Carreiras é o único político no ativo a integrar a direção dos Encontros em Cascais. Todos os outros são empresários e executivos nas áreas das finanças, social e educação. Juntos vão funcionar de forma semelhante ao comité diretor de Bilderberg, onde Francisco Pinto Balsemão se assumiu como um dos membros mais célebres durante 32 anos. Cada um dos membros pode permanecer na direção do grupo durante um mandato de três anos, que só pode ser renovado uma vez. E vai convidar quatro pessoas, portuguesas ou não, para assistir às reuniões.

fonte: Observador

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Bayer afunda em bolsa após tribunal nos EUA validar que glifosato causou cancro

Bayer afunda em bolsa após tribunal nos EUA validar que glifosato causou cancro

Na segunda-feira à noite, um juiz dos Estados Unidos reduziu a indemnização paga à Monsanto em mais de 200 milhões de dólares, para 78 milhões, mas confirmou a fundamentação da sentença lida no verão em São Francisco.

Os títulos da gigante química alemã Bayer estão em forte queda na bolsa alemã, após a confirmação, nos Estados Unidos, da condenação de sua subsidiária Monsanto por esconder a perigosidade do Roundup, o seu herbicida com glifosato.

As acções da Bayer descem 7,25% para 70,99 euros na Bolsa de Frankfurt, elevando as suas perdas para mais de 30% desde o início do ano. Na sessão de hoje os títulos já estiveram a cair 8,52%.

Na segunda-feira à noite, um juiz dos Estados Unidos reduziu a indemnização paga à Monsanto em mais de 200 milhões de dólares, para 78 milhões, mas confirmou a fundamentação da sentença lida no verão em São Francisco.

Os investidores vêem a sentença como "uma surpreendente derrota para a Bayer", de acordo com o jornal Süddeutsche Zeitung, já que a decisão provavelmente influenciará as mais de oito mil acções em andamento nos tribunais nos Estados Unidos por causa dos produtos de glifosato da Monsanto.

Depois de um processo retumbante, um júri popular de São Francisco concluiu em 10 de Agosto que a Monsanto, que em breve seria absorvida pela Bayer, agiu de forma "maliciosa" ao esconder a natureza potencialmente cancerígena do glifosato.

De acordo com esse julgamento, que já havia provocado a queda da Bayer no mercado de acções, os herbicidas Roundup e a RangerPro contribuíram "significativamente" para o cancro de Dewayne Johnson, de 46 anos, um jardineiro que tem a doença em estado terminal.

Após a nova decisão na segunda-feira, a Bayer disse que a redução acentuada na indemnização a pagar foi "um passo na direcção certa", mas continua a contestar fundamentalmente a perigosidade do glifosato e pretende recorrer.

A gigante alemã, que aposta a médio prazo no papel crescente da química para alimentar o planeta, teve que desembolsar 63 biliões de dólares (54 biliões de euros) para adquirir a Monsanto, ao mesmo tempo que entregou 7,6 biliões de euros em activos à sua compatriota BASF.


domingo, 28 de outubro de 2018

Teorias dos rastos químicos dos aviões chegam ao Parlamento

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Rastos deixados pelos aviões levantam dúvidas

A possibilidade de os aviões estarem a deixar rastos químicos na atmosfera - chemtrails - vai ser debatida hoje na Assembleia da República. A discussão deve-se a uma petição que reuniu 4384 assinaturas (quando foi admitida a 21 de março e que agora conta com 4572). O primeiro subscritor da petição, Tiago de Jesus Lopes, espera que pelo menos agora, os deputados "esclareçam o que pensam desta situação". No entanto, este é um tema que não tem validação científica e que, por exemplo, Francisco Ferreira, da Zero, classifica apenas como "teoria da conspiração".

Os subscritores da petição - que levou mais de cinco anos a reunir as quatro mil assinaturas - defendem que os aviões estão a deixar, pelo país, rastos químicos que servem para manipular o clima e acabam a poluir o meio ambiente. O texto da petição refere "relatos deixados por exemplo no Facebook, de cidadãos de vários pontos do país, de aviões que sobrevoam o espaço aéreo e libertam produtos químicos deixando um rasto visível durante horas". E questionam se este fenómeno não "poderá estar relacionado com as alterações climáticas e o aumento de patologias nomeadamente alérgicas, respiratórias e oftalmológicas?". Para Tiago de Jesus Lopes tem-se tornado evidente que o objetivo da libertação de aerossóis "não pode ser o objetivo primário que se anunciava de formar vários tipos de nuvem, que permitia fazer cair chuva onde quisessem". "Eles também dizem que é para fazer a gestão da radiação solar, mas essas partículas estão em todo o lado, são metais pulverizados e ficam em todo o lado", acrescenta.

Junto com a petição, foram enviados aos deputados da Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, links que sustentam as dúvidas e preocupações dos peticionários.


A comissão ouviu o primeiro peticionário, na audição regimental, onde não estiveram os grupos parlamentares. A petição vai agora ser debatida em plenário, por imposição legal.

Se Tiago de Jesus Lopes espera ver esclarecidas as posições dos partidos - embora sem grande expectativa de mudanças, principalmente nos "grupos principais que vão defender as diretivas europeias" -, Francisco Ferreira espera que "a teoria seja recusada".

"A Zero já recebeu muitos emails de pessoas a queixarem que não dávamos atenção à questão e tentamos sempre responder. Se os deputados entenderem que deve haver algum esclarecimento das companhias aéreas ou da gestão dos aeroportos - que penso ser desnecessário face ao conhecimento técnico e científico que explicam o aparecimento dos rastos -, que devem pedir pareceres para esclarecer a população, pode ser útil, nessa perspetiva pedagógica", defende o ambientalista. Os cientistas explicam que os rastos resultam da emissão de partículas ultra finas por parte dos aviões que em contacto com a atmosfera condensam.


terça-feira, 23 de outubro de 2018

Rússia acusa EUA de estarem a aumentar arsenal de armas nucleares


Rússia acusou os EUA de estarem a aumentar a influência das armas nucleares no seu arsenal, uma campanha intensificada para garantir "a superioridade militar do país sobre o resto do mundo".

O diretor do Departamento de Não Proliferação e Controlo de Armas do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Andrei Belousov expressou, na segunda-feira, junto do comité de desarmamento da Assembleia Geral da ONU que Moscovo está "especialmente preocupado" com a revisão da postura nuclear de Washington, que prevê o fabrico de novas armas nucleares.

De acordo com Andrei Belousov, os EUA estão a desenvolver uma defesa global contra mísseis balísticos, o que provocará um desequilíbrio das armas convencionais no mundo.

A Rússia tem pedido repetidamente "condições apropriadas" e que se tomem "medidas práticas para libertar o mundo das armas nucleares".

Estas declarações vêm na sequência, dos EUA terem anunciado, no sábado, que vão retirar-se de um tratado sobre armas nucleares assinado com a Rússia durante a Guerra Fria, na qual acusaram Moscovo de violar o acordo "há muitos anos", disse o presidente norte-americano, Donald Trump.

"A Rússia não respeitou o tratado. Então, vamos por fim ao acordo e desenvolver as armas", afirmou Donald Trump, citado pela Agência France Presse, depois de um comício em Elko, no estado do Nevada, referindo-se ao tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF, sigla em inglês), assinado em 1987 pelos então presidentes norte-americano e soviético, Ronald Reagan e Mikhaïl Gorbachev, respetivamente.


Tribunal nos EUA confirma perigo de herbicida com glifosato



Os títulos da gigante química alemã Bayer caíram no mercado de ações, após a confirmação, nos Estados Unidos, da condenação de sua subsidiária Monsanto por esconder a perigosidade do Roundup, o seu herbicida com glifosato.

A Bayer caiu de 6,69% para 71,42 euros na Bolsa de Valores de Frankfurt, elevando as suas perdas para mais de 30% desde o início do ano.

Na segunda-feira à noite, um juiz dos Estados Unidos reduziu a indemnização paga à Monsanto em mais de 200 milhões de dólares, para 78 milhões, mas confirmou a fundamentação da sentença lida no verão em São Francisco.

Os investidores veem a sentença como "uma surpreendente derrota para a Bayer", de acordo com o jornal Süddeutsche Zeitung, já que a decisão provavelmente influenciará as mais de oito mil ações em andamento nos tribunais nos Estados Unidos por causa dos produtos de glifosato da Monsanto.

Depois de um processo retumbante, um júri popular de São Francisco concluiu em 10 de agosto que a Monsanto, que em breve seria absorvida pela Bayer, agiu de forma "maliciosa" ao esconder a natureza potencialmente cancerígena do glifosato.

De acordo com esse julgamento, que já havia provocado a queda da Bayer no mercado de ações, os herbicidas Roundup e a RangerPro contribuíram "significativamente" para o cancro de Dewayne Johnson, de 46 anos, um jardineiro que tem a doença em estado terminal.

Após a nova decisão na segunda-feira, a Bayer disse que a redução acentuada na indemnização a pagar foi "um passo na direção certa", mas continua a contestar fundamentalmente a perigosidade do glifosato e pretende recorrer.

A gigante alemã, que aposta a médio prazo no papel crescente da química para alimentar o planeta, teve que desembolsar 63 biliões de dólares (54 biliões de euros) para adquirir a Monsanto, ao mesmo tempo que entregou 7,6 biliões de euros em ativos à sua compatriota BASF.


segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Gorbachev critica "falta de sabedoria" de Trump pela retirada dos EUA do tratado nuclear


O último dirigente soviético, Mikhail Gorbachev, criticou hoje a "falta de sabedoria" de Donald Trump, por ter decidido a retirada dos Estados Unidos do tratado nuclear, assinado com a Rússia, em 1987.

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Em caso algum se devem quebrar os antigos acordos de desarmamento. É tão difícil entender que a recusa desses acordos não seja uma falta de sabedoria? É um erro", disse Gorbachev, à agência de notícias Interfax, qualificando a decisão de Trump como "muito estranha".

No sábado, o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que os Estados Unidos projetavam retirar-se do Tratado sobre Forças Nucleares Intermediárias (INF) e sobre armas nucleares de alcance intermediário, assinado em 1987 pelos então presidentes dos Estados Unidos e da União Soviética (URSS), respetivamente, Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev.

Segundo Gorbachev, a decisão dos norte-americanos "irá minar todos os esforços da URSS e dos líderes dos EUA para alcançar o desarmamento nuclear", noticia a AFP.

"Todos os acordos concluídos anteriormente devem ser preservados porque contêm o que não é referenciado noutros documentos. Eles fornecem controlo, o que deve ser considerado valioso", continuou.

"Washington não entende ao que isso pode levar?", questionou o ex-líder soviético, apelando a "todos os que apreciam um mundo sem armas nucleares" a convencerem Washington a reconsiderar a sua decisão e "preservar a vida" na Terra.

Moscovo reagindo às declarações de Trump, afirmou que tal decisão é "um passo muito perigoso".


sábado, 20 de outubro de 2018

Brasil. Um dia no país das ‘fake news’


No dia em que o Brasil acordou com a notícia de mais uma polémica relacionada com a campanha que se faz no WhatsApp, o SOL entrou num dos grupos de disseminação de notícias falsas de apoio a Bolsonaro, cuja candidatura Haddad quer agora impugnar.

Meio-dia e nem sinais do Folha nas bancas. Avenida Paulista, encontro marcado com um infiltrado num dos grupos de WhatsApp de apoiantes de Bolsonaro. Em tempo de fake news, nada como ver para acreditar no que, noutro tempo, contado pareceria mentira. Antes que seja identificado e expulso, vamos dizer que é um português a viver no Brasil, a torcer para que vença Haddad na segunda volta, marcada já para o próximo fim de semana. Para a história basta. Isso e perceber como deu com o grupo: através de um link afixado num supermercado de uma pequena cidade num estado do norte do país.

Entrar nestes grupos é fácil. Basta um convite, um clique e já lá estamos. ‘Capitão Bolsonaro’, ‘Nosso Capitão’, bandeiras do Brasil e descrições ‘patrióticas” são clássicos. O pior vem depois. Coisas como: «O assassinato de Bolsonaro: o plano para assassinar Bolsonaro será concluído caso ele e sua equipa não adotem medidas extremas de segurança. Ciro saiu do país para não levantar suspeitas, Haddad tenta desesperadamente tirá-lo de casa, as armadilhas são muitas, Bolsonaro se tornará de fato um mito.» Ou pretensas citações bíblicas justificando o uso de armas. Entramos e nem trinta segundos demora até recebermos a notificação da primeira mensagem, e por aí fora até a cadência de alertas se tornar insuportável.

O assunto do dia, quinta-feira, não é homicídio, não é o suposto “kit gay”, que Fernando Haddad, o candidato do PT, alegadamente distribui pelas escolas. O tema é a notícia do dia, da Folha de São Paulo: de que várias empresas privadas que apoiam Jair Bolsonaro contrataram serviços de marketing para a distribuição de «centenas de milhões» de mensagens com propaganda anti-PT via WhatsApp, em contratos que atingiam valores de 12 milhões de reais (2,8 milhões de euros), num país em que desde 2015 as empresas estão proibidas de financiar candidatos. “Fake news”. Se Bolsonaro é extrema-direita, então a Folha é «extrema-imprensa». 

No dia seguinte, chegaria uma petição: «Em resposta ao senhor Haddad que quer saber quem banca a campanha do Jair: Somos marketeiros do Jair Messias Bolsonaro.» Mais de 100 mil assinaturas de gente que se declara «voluntária» em defesa do capitão, que se defendeu na mesma linha: «Eu não tenho controle se tem empresário simpático a mim fazendo isso. Eu sei que fere a legislação. Mas não tenho como saber e tomar providência.»

Sobre as eleições, diz-se que Bolsonaro as está a ganhar aqui, no WhatsApp. Já no início do mês, a cinco dias da primeira volta, um inquérito do Datafolha para a Globo e a Folha revelava que, entre os quatro candidatos que lideravam as sondagens, eram os eleitores de Bolsonaro os que mais usavam as redes sociais para se informarem. Os números, preocupantes, foram então mais do que repetidos: quase dois terços (61%) dos eleitores de Bolsonaro afirmavam ler notícias no WhatsApp. Entre os eleitores de Ciro Gomes, a percentagem baixava para 46%, e nos de Fernando Haddad, para 38%. No Facebook, a lógica mantinha-se e mudavam apenas os números: 57% (Bolsonaro), 50% (Ciro) e 40% (Haddad).

Ainda em dezembro de 2016, o ano do impeachment de Dilma Rousseff, o Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo da Universidade de Oxford, publicava um estudo sobre 26 países em que notava como o consumo de notícias via redes sociais aumentava no Brasil. E se 91% dos brasileiros diziam informar-se via internet, 72% faziam-no através das redes sociais, com o Facebook e o WhatsApp como plataformas de eleição. Nesse ano, entre os 26 países analisados, o Brasil era o terceiro em que as redes sociais tinham um maior peso nas fontes de informação e era aquele que mais crescia no consumo de conteúdos jornalísticos online.

Na quinta-feira, foram divulgados os resultados de uma análise liderada pelos investigadores Pablo Ortellado (Universidade de São Paulo) e Fabrício Benvenuto (Universidade Federal de Minas Gerais, onde nasceu o projeto Eleição Sem Fake), em conjunto com a agência de verificação de factos Lupa (uma entre várias) a 347 grupos de WhatsApp: apenas 8% das imagens partilhadas (muita da informação circula na forma de memes ou de vídeos) podem ser classificadas como verdadeiras. Os conteúdos analisados circularam entre os dias 16 de setembro e 7 de outubro, o dia da primeira volta das presidenciais. Período em que ao todo, entre os 18 mil utilizadores daqueles 347 grupos, circularam 846 mil mensagens, entre textos, vídeos, imagens e links externos.

Pedido de impugnação

De volta à Paulista. Porque estamos na Paulista ainda, sentados à mesma mesa, e o telefone não parou um minuto. Tudo do grupo pró-Bolsonaro. Conversa sobre a campanha e a segunda volta cada vez mais perto, daí a reação de Haddad, o pedido de impugnação da candidatura do adversário alegando a inelegibilidade do candidato do PSL por abuso de poder económico.

Diálogo entre esquerda e direita, pelo menos entre a esquerda e a direita que apoiam um e outro candidato, é coisa que não existe. É ver como entre círculos de amigos pró-Haddad é difícil encontrar um pró-Bolsonaro. E vice-versa. Os universos mal se tocam, e os algoritmos não ajudam. Só pioram. Citado pelo jornal da Universidade de São Paulo, o investigador Marcio Moretto Ribeiro lembrava já no ano passado que as redes sociais não são só causa. São também efeito da polarização do debate político. «Cada pessoa que está acompanhando o debate na rede social tem uma visão parcial do debate político todo que está acontecendo no Brasil, afirmava.

Onde encontrar apoiantes de Bolsonaro então? Há quem diga que não há quem garanta que sim, a estatística de bolso confirma: em São Paulo, difícil é encontrar motorista de Uber que não esteja por Bolsonaro. Até Diego, que não diz, mas também não precisa. 

Viu as notícias? «Não vi não…» Por essa hora já Fernando Haddad tinha pedido a impugnação da candidatura do adversário do PSL, que continua na frente na corrida – segundo as últimas sondagens, contabilizando os votos válidos a diferença é 59% a 41% – , exigindo uma segunda volta frente a Ciro Gomes, do PDT, o terceiro mais votado a 7 de outubro.

«Ah é? Era só o que faltava. Mas do jeito que o Brasil é… não duvido muito, não. Só patifaria. Principalmente eles.” Eles, os petistas? Vai votar Bolsonaro? Silêncio. «Se o PT ganha de novo é palhaçada! É palhaçada. Não tem como o povo ser tão burro assim. Ou tem?» Medo de Bolsonaro? «Todo o político que entra, por mais que seja certo, acaba virando errado. Vamos lá: o Lula. O Lula era um cara mau? Ele não era um cara mau. Ele tinha o jeito dele de trabalhar. Foi tudo ele? Não foi tudo ele, lógico que não. Disso [a notícia da Folha] estou sabendo agora por você.»

E estas mensagens de que se fala, via WhatsApp? «Só recebo notícia de um candidato ou do outro, cada um falando dele, tipo anúncio. E na verdade vem de todos. Para ser sincero, nem leio. Para falar que nem leio, li uma hoje do Bolsonaro falando da história dele um pouco — não o que ele vai fazer ou o que ele não vai, só falando do começo da carreira dele, que ele era tipo soldado… Não foi uma propaganda dele, entendeu? Acho que também não pode ficar mandando mensagem assim como se fosse campanha eleitoral.»

O que pode e o que não pode, não há outro assunto por estes dias. Já é a Rua Rocha agora, no Centro de São Paulo. Ao ruído do trânsito de início de noite sobrepõe-se a voz de Haddad vinda de uma TV à entrada de um corredor de recolha de automóveis. Perguntamos se podemos entrar, o moço responde que sim. Ademar. Daqui? «Nascido em São Paulo, sim.» Mas sotaque não engana e acerta: família toda na Baía, no nordeste, onde Haddad bateu Bolsonaro. «Uma grande piada. O sr. Haddad está absolutamente desesperado porque vai perder a eleição», reage o candidato do PSL, na televisão. Mas vem Ademar falar por cima: «Acho que ele vai impugnar. Tem 30 empresários envolvidos, 30 empresários! Isso não pode não, isso aí é roubo. Votei nele mas agora não vou votar mais não!» Não vai votar Bolsonaro? «Votei. Mas tem rolo. Por isso que ele falou que tinha a mão na faixa. Ele acha que tá com a mão na faixa, não voto mais!»

fonte: Sol

Manipular o clima já não é ficção. Mas a realidade pede (muita) prudência


As novas soluções para manipular o clima têm um alcance global nunca visto, de consequências tão imprevisíveis, que a maioria dos cientistas nem as quer testar. “Isto pode provocar guerras”, diz um climatologista

Há muito que a dança da chuva dos povos indígenas deixou de ser a esperança da Humanidade para mandar vir água dos céus. Rezas e procissões, que no ano passado se viram em Portugal numa tentativa de acabar com a seca, também já passaram de moda. Persistem os canhões de granizo e a inseminação de nuvens, técnicas introduzidas há várias décadas para impedir a queda de gelo e provocar a chuva, embora de eficácia duvidosa aos olhos de boa parte da comunidade científica. São as soluções em estudo para manipular o estado do tempo que parecem apresentar, enfim, o potencial de influenciar o clima à escala planetária, de tal modo que só uma minoria de cientistas se atreve a dar a cara por elas.

“São atrativas na teoria, mas podem ser muito perigosas na prática”, sustenta o climatologista Carlos da Câmara, sobre as propostas de geoengenharia para controlar os humores de São Pedro. A mais controversa envolve o aumento da capacidade de refletir a luz solar, de forma a reter menos calor e assim arrefecer a temperatura da Terra. Sugestões tão mirabolantes como cobrir desertos de plástico, remexer a água do mar para formar camadas de espuma branca ou posicionar espelhos gigantes no Espaço parecem impossíveis de concretizar, mas existem alternativas mais acessíveis para devolver raios de Sol ao Universo.

A principal passa por lançar na estratoesfera dióxido de enxofre (SO2), criando uma espécie de véu protetor, a muitos quilómetros da superfície terrestre, semelhante ao das erupções vulcânicas. A ideia, aliás, surgiu a partir de evidências científicas que demonstraram que as partículas expelidas pelos vulcões podem resultar, no ano seguinte, no arrefecimento da temperatura em um grau. Tem a vantagem de ser uma medida economicamente viável, mas encontra forte resistência devido aos efeitos, totalmente imprevisíveis, que pode gerar no clima, a nível global. Em abril, 12 cientistas assinaram um texto na revista Nature a reclamar prudência nas experiências.

“Imagine-se que ocorre uma seca brutal na Península Ibérica ou na Índia, em época de monções, das quais dependem milhões de pessoas para sobreviver. Ninguém saberia ao certo se era um fenómeno natural ou consequência da geoengenharia”, ilustra o climatologista Ricardo Trigo, aflorando outro foco da polémica: “Isto pode provocar guerras. Quem seria o político que assumiria uma responsabilidade deste alcance? Nem Trump se mete nisso.”

Financiado por Bill Gates e outros bilionários americanos, o projeto Scopex tem previsto para este ano um teste de pequena escala desta tecnologia. David Keith, professor de Física Aplicada em Harvard, lidera a investigação, que ganha força perante a necessidade, saída do Acordo de Paris, de não deixar o termómetro subir mais do que dois graus até ao final deste século (sendo que já subiu um). O problema é que nenhum teste de pequena escala conseguirá antecipar o impacto real da geoengenharia solar, a ponto de estarem proibidos à luz da Convenção sobre a Diversidade Biológica – que os Estados Unidos da América não assinaram.

Outra hipótese de alcance global para mexer com o clima passa por capturar dióxido de carbono da atmosfera. Filipe Duarte Santos, especialista em alterações climáticas, considera esta alternativa menos arriscada, no sentido em que “vai à raiz do problema”: a excessiva concentração de gases com efeito de estufa. A falta de valor económico do CO2, porém, dificulta a aposta na solução. “Nos Estados Unidos da América e na Europa já há centrais térmicas a carvão que capturam o dióxido de carbono dos gases que saem da combustão. Só não há mais porque a eletricidade fica mais cara para o consumidor”, argumenta o presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, acrescentando que a escolha se faz entre duas opções: “Ou se investe para resolver o problema de gerações futuras ou então quem vier a seguir que pague a fatura.”

GUERRA DE CHUVA

O controlo do clima é uma ambição que as grandes potências perseguem em várias frentes. Na Guerra do Vietname (1955-1975), os Estados Unidos da América agravaram as chuvas das monções do lado do inimigo, através da técnica de inseminação de nuvens, ainda hoje a mais popular. O objetivo da operação Popeye, como lhe chamou o exército americano, era enlamear os caminhos para dificultar o abastecimento aos soldados vietnamitas, a partir dos territórios vizinhos do Laos e do Camboja.

Fazer da manipulação do clima uma arma de guerra foi, entretanto, proibido pela Convenção de Genebra, no final dos anos 70, mas lançar iodeto de prata na atmosfera é hoje uma prática corrente em muitos países, para fins bem mais pacíficos. A China tem vindo a desenvolver um sistema para fazer chover em zonas mais áridas e, em vez de recorrer a aviões para soltar os químicos, instalou centenas de câmaras de combustão no Tibete, capazes de gerar iodeto de prata e o libertar na direção das nuvens.

Durante os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, os chineses já tinham montado uma gigantesca operação para evitar que a chuva desabasse sobre as competições, com satélites para identificar nuvens num raio de quase 50 mil quilómetros quadrados. O plano tinha duas alternativas: ou provocavam a chuva longe do recinto ou dissipavam as nuvens com outros produtos químicos, como se acredita que os soviéticos já tinham feito nas Olimpíadas de Moscovo, em 1980.

Apesar de ser já longo, o caminho para manipular a meteorologia, apoiado nas inovações tecnológicas, ainda tem muito para andar.

fonte: Visão

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Julian Assange renunciou ao asilo atribuído pelo Equador


Julian Assange Foto: REUTERS/Peter Nicholls/Arquivo

O fundador do sítio na Internet Wikileaks, Julian Assange, que está refugiado na embaixada do Equador desde 2012, renunciou ao asilo acordado por Quito, segundo uma carta que assinou em dezembro e a France-Press consultou.

Nesta mensagem eletrónica, classificada com "reservada" e datada de 4 de dezembro de 2017, Assange renuncia ao asilo concedido no quadro de uma estratégia do governo, que não se concretizou, que visava nomeá-lo depois diplomata equatoriano, primeiro no Reino Unido e a seguir na Federação Russa.

A carta, assinada pelo australiano de 47 anos e pelo advogado espanhol Baltasar Garzón, foi enviada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Equador a uma deputada do país, Paola Vintimilla, que investiga o processo de naturalização de Assange e a divulgou à comunicação social.

O criador do WikiLeaks renunciou ao asilo alguns dias antes de o Equador lhe ter atribuído a nacionalidade equatoriana, em 12 de dezembro, para a seguir o nomear diplomata, o que lhe permitiria continuar a viver na sua embaixada em Londres e inclusive ser colocado em Moscovo.

Assange refugiou-se na representação diplomática equatoriana há seis anos para, inicialmente, evitar ser extraditado para a Suécia, onde era acusado de violação, processo que foi arquivado.

Hoje, receia sair da embaixada e ser detido, e depois ser extraditado para os Estados Unidos da América, por ter revelado, via WikiLeaks, milhares de documentos confidenciais da diplomacia norte-americana.

A justiça britânica tem mantido um mandado de detenção em seu nome por desrespeito da liberdade condicional, que lhe tinha sido concedida durante a investigação sueca.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Equador recusou-se a fazer comentários sobre a mensagem de Assange ou o seu estatuto atual.

Vintimilla, deputada do partido social-cristão, disse à agência francesa que recebeu os documentos na semana passada.


segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Já aí estão os serviços de "lavagem cerebral" via Internet


Uma empresa oferece pacotes personalizados para influenciar as vontades alheias. Autêntica manipulação ao domicílio. Podem encomendar-se “serviços” para levar alguém a deixar de fumar ou a estar disponível para amar. Uma espécie de vodu dos tempos modernos

No passado, era a publicidade, declarada ou mais subliminar, a influenciar a compra de um carro, de um detergente, a fazer desejar um certo estilo de vida. No futuro, é possível que as nossas vontades e opiniões sejam manipuladas durante os sonhos, como se prevê no thriller de Christopher Nolan, A Origem, de 2010, e, muito antes disso, no romance Admirável Mundo Novo, escrito em 1931 por Aldous Huxley. No presente, somos bombardeados nos computadores, telefones ou tablets com anúncios/artigos que vêm ao encontro das nossas preferências ou dos nossos anseios. Quem nunca visitou a página do turismo de uma cidade e passou a ser inundado com anúncios de hotéis ou ofertas de viagens para esse mesmo destino?

Tudo isto acontece graças aos cookies – informação que fica guardada nos dispositivos de cada vez que visitamos um website, uma espécie de pegada ou rasto digital, e que está na base do marketing na era da internet. Agora, uma empresa registada em Londres oferece o que pode ser visto como um serviço de manipulação ao domicílio. Com a aplicação The Spinner é possível controlar os artigos que são apresentados a uma determinada pessoa, de forma a influenciar o seu comportamento. Os textos vão aparecendo nos dispositivos eletrónicos utilizados pelo visado, recheados de uma mensagem específica.

É possível, por exemplo, encomendar uma campanha a favor de um animal doméstico. São os adolescentes os principais clientes deste serviço e o visado, ou os visados, neste caso os pais, receberão artigos com títulos como “12 razões para a sua família ter um cão”. Também se pode tentar convencer alguém a deixar de fumar ou a pensar em mudar de emprego (imagine que quer ver-se livre de um colega de trabalho...). O pedido mais comum, revelou um responsável da empresa ao jornal Financial Times, é o pacote que predispõe uma mulher a dar o primeiro passo no sexo. Neste caso, o computador e o telemóvel da visada são inundados com supostos artigos de revistas femininas, nos quais se louvam as virtudes de dar o primeiro passo numa relação amorosa.

De acordo com as informações disponíveis no site, a aplicação, não disponível em Portugal, funciona de uma forma bastante simples: o cliente recebe um link de aparência inocente, criado pela The Spinner, que o envia ao visado. Assim que este abre o link, o pacote encomendado (deixar de fumar, por exemplo) fica associado ao telefone e a partir daí começa o “ataque”. Durante três meses, a pessoa irá receber dez artigos diferentes, todos com o mesmo objetivo, em 180 pop-ups, numa técnica que se socorre do poder de sugestão bem conhecido na psicologia. Este pacote básico custa à volta de 25 euros e, de acordo com a própria empresa, é perfeitamente legal. “Hoje, no vasto mercado de média online, o anexo de cookies é legal. Terceiros podem recolher ou receber informação sobre os utilizadores, com vista a fornecer conteúdo, publicidade ou funcionalidades ou ainda para medir e analisar o desempenho de um determinado anúncio”, explica-se.

Desde que o serviço foi lançado, em janeiro deste ano, mais de cinco mil pessoas, de acordo com o Financial Times, já pagaram para influenciar alguém de quem gostavam, ou não. “Há linhas que não cruzamos, se nos sentimos desconfortáveis”, assegurou Elliot Shefler, responsável pelo marketing da empresa, que dá como exemplo “questões altamente sexuais” (o detalhe destas propostas fica a cargo de cada um). “É uma ferramenta poderosa”, admite o responsável.

UM EMPURRÃOZINHO

É esta capacidade de influenciar, embora a uma escala mais vasta, visando toda a sociedade, que está na base do trabalho de Richard Thaler, Nobel da Economia em 2017. O economista social criou o conceito de nudge, empurrãozinho, que parte da ideia de que é possível influenciar o comportamento das pessoas, de forma positiva, através de medidas simples. Um exemplo clássico é o sistema de doação de órgãos que vigora em Portugal e que tem vindo a ser adotado noutros países europeus. O facto de todos os portugueses serem, à partida, dadores de órgãos – para não o serem é necessário deixarem esta vontade expressa – resulta numa boa taxa de doação. Noutro exemplo mais prático, o Aeroporto de Amesterdão pôs o desenho de uma mosca nos urinóis, para levar os utilizadores a fazer pontaria. Com isto conseguiu-se uma poupança na ordem dos 80% em detergentes.

Inspirado nesta teoria, Diogo Gonçalves, psicólogo e especialista em economia comportamental, criou a empresa Nudge Portugal que, neste momento, trabalha numa campanha com a qual se pretende aumentar o consumo de fruta e legumes, numa determinada cadeia de hipermercados. Sem poder revelar muitos pormenores, o empreendedor conta que a estratégia passará pela alteração dos carrinhos de compras. A ideia desta startup é de que a sua utilização seja pró-social. “Não me imaginaria a participar numa campanha para aumentar a venda de doces a crianças”, refere o responsável.

Porém, pode não ser sempre assim. Aliás, o especialista está a organizar uma conferência em Lisboa, envolvendo decisores políticos e organizações internacionais, na qual se discutirá precisamente os riscos e as potencialidades das aplicações de nudging. “É preciso promover a discussão pública acerca da utilização de aplicações como The Spinner, que promovem influência direcionada e não declarada. Hoje em dia, o espaço digital permite que as empresas saibam mais sobre as pessoas do que elas próprias. Faz falta avaliar a moralidade dos mercados. As políticas públicas têm sido dominadas pelos economistas. Precisamos de ouvir outros cientistas sociais, como os neurocientistas”, acrescenta. Depois deste debate, defende Diogo Gonçalves, “deve haver regulação neste setor de atividade”. Afinal, uma questão deverá estar sempre em cima da mesa: até que ponto queremos que nos entrem pela vida adentro?

À caça de dados

As análises de big data que põem em causa a democracia

Acedendo, sem permissão, a dados pessoais de mais de 50 milhões de pessoas utilizadoras do Facebook, a consultora britânica Cambridge Analytica enviou publicidade personalizada que influenciou o voto a favor de Donald Trump. A estratégia passa essencialmente pelo fabrico de notícias falsas e terá sido usada também na campanha pró--Brexit e, suspeita-se, nas eleições indianas. A fuga de informações pessoais poderá ter chegado a entidades russas, com interesse em condicionar o resultado das eleições norte-americanas de 2016. Depois de uma série de notícias reveladoras, a empresa acabou por abrir falência, atolada em processos judiciais. Quanto ao Facebook, fez o mea culpa, pela boca do seu fundador, Mark Zuckerberg, mas tarde demais. Desde 2015 que os responsáveis da rede social sabiam da fuga, mas nada fizeram para a travar.

Aliás, um relatório recente da Universidade de Oxford, no Reino Unido, identificou iniciativas de “manipulação do debate público”, para influenciar eleições e políticas em 48 países, nos últimos oito anos. Difusão de notícias falsas e contratação de grupos para escreverem nas caixas de comentários são os esquemas mais usados. E as redes sociais são o palco privilegiado para estas manobras que atentam contra a democracia.

Jornalista

fonte: Visão

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Encontrados objetos de colaborador de WikiLeaks desaparecido


Arjen Kamphuis desapareceu misteriosamente na Noruega há mais de três semanas.

A polícia norueguesa anunciou esta quarta-feira que foram encontrados na terça-feira num fiorde no norte do país objetos pertencentes a Arjen Kamphuis, colaborador norueguês da WikiLeaks que desapareceu misteriosamente na Noruega há mais de três semanas.

Num comunicado, a polícia indicou que um pescador tinha encontrado na terça-feira objetos a flutuarem na água, os quais tem a "certeza de que pertencem ao desaparecido".

Descrito pela WikiLeaks como um sócio do fundador Julian Assange, Arjen Kamphuis, especialista em cibersegurança de 47 anos, foi visto pela última vez a 20 de agosto, quando deixava o seu hotel em Bodo, no norte da Noruega, onde tinha passado férias.

O seu desaparecimento, classificado de "estranho" pela WikiLeaks, tem alimentado diversas teorias da conspiração nas redes sociais.

A polícia diz trabalhar com três teorias: um desaparecimento voluntário -- incluindo um suicídio -, um acidente ou um ato criminoso.

"Não avançámos suficientemente na investigação para poder eliminar ou confirmar uma destas três teorias", declarou o inspetor Bjarte Walla à agência France-Presse, adiantando que a polícia mantém "todas as possibilidades em aberto".

Os objetos foram encontrados perto de Kvaenflaget, a cerca de 50 quilómetros a leste de Bodo, e a polícia e equipas de socorro iniciaram já buscas na zona, indicou Walla.

Segundo uma amiga do desaparecido, não existia "absolutamente qualquer sinal de que ele quisesse desaparecer". "Pelo contrário, ele tinha muitos projetos, quer privados quer profissionais", disse Ancilla van de Leest à AFP.

Segundo a Wikileaks, Kamphuis tinha um bilhete de avião para 22 de agosto, com partida de Trondheim, a mais de 700 quilómetros a sul de Bodo. "O percurso de comboio entre as duas localidades demora cerca de 10 horas", precisou a Wikileaks, assim desencadeando o surgimento de muitas teorias da conspiração no Twitter sobre o que terá acontecido a Arjen Kamphuis.

Julian Assange, um cidadão australiano de 47 anos, está desde 2012 refugiado na embaixada do Equador em Londres para fugir à Justiça norte-americana, que quer julgá-lo pela publicação na Wikileaks dos ditos documentos militares e mensagens diplomáticas norte-americanos classificados como secretos.


sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Microchips debaixo da pele estão a substituir cartões e BI na Suécia

iphone-6-microchip-nfc

Cerca de 3500 suecos já inseriram microchips no seu corpo para tornar mais fácil o seu dia a dia, já que passam a não precisar de andar com o cartões. 

O sistema é mesmo mais completo do que isso e permite inclusive substituir bilhetes de comboio ou o cartão de entrada em hotéis. 

Com o tamanho de um pequeno grão de arroz por baixo da pele, o sistema está a ser testado desde 2015 na Suécia e o ano passado passou a estar disponível de ser usado como bilhete de comboio para a rede nacional de ferrovia. Para funcionar tem de ser passado um scanner pela mão dos passageiros com os chips biométricos.

A agência AFP cita mesmo uma utilizadora de 28 anos, Ulrika Celsing, que passou a deixar de usar o cartão de entrada no ginásio e no escritório, já que precisa apenas de passar a mão que tem o microchip numa pequena caixa e marcar um código para se identificar. 

A colocação do microchip é um processo idêntico à colocação de um piercing e envolve uma seringa para se injetar o chip. Uma possível desvantagem, indica a AFP, é que alguns implantes podem causar infeções ou reações ao sistema imunitário do corpo. 

Movimento sueco 

Todo este pequeno movimento de microchips na Suécia começou quando a empresa sueca do chamado biohacking, Bionyfiken, começou a organizar “festas de implantes”, onde grupos de pessoas colocavam chips nas suas mãos. A iniciativa chegou a países como os EUA, Reino Unido, França, Alemanha e México. 

A Suécia tem alguma predileção por este chamado biohacking, onde se colocam no corpo materiais biológicos. O próprio governo sueco também investiu fortemente na economia digital e o banco central local quer criar uma moeda digital chamada e-krona. 

O ano passado uma empresa de software norte-americana chamada Three Square Market aderiu à moda sueca e injetou alguns funcionários voluntários com microchips para puderem comprar produtos nas vending machines, autenticarem-se nos seus computadores ou usarem a fotocopiadora.


quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Os cinco olhos' tentarão aceder às suas mensagens de texto


As agências de espionagem dos EUA e vários aliados prometem forçar as empresas de tecnologia a cooperar se não o fizerem voluntariamente.

O grupo de agências de inteligência conhecido como 'Os Cinco Olhos' ('Five Eyes', em inglês), que reúne os serviços secretos dos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, pretende aumentar seu acesso às mensagens privadas e criptografadas de usuários em todo o mundo.

Para isso, as agências de espionagem prometem forçar as empresas de tecnologia a cooperar se não o fizerem voluntariamente, segundo o comunicado oficial do grupo publicado após uma reunião de seus representantes realizada na semana passada em Gold Coast, na Austrália.

O documento cita a "luta contra o terrorismo e o crime" para justificar a" necessidade urgente" dos órgãos de controle de intervir em conversas privadas em serviços de mensagens instantâneas.

Por outro lado, a declaração menciona brevemente a importância da criptografia para a privacidade, embora compare o facto de "quebrar" os arquivos de um usuário com uma inspecção de rotina de uma casa, um veículo ou pertences pessoais.

Também insiste que "as leis de privacidade devem impedir interferências arbitrárias ou ilegais, mas a privacidade não é absoluta " , e é por isso que, se as empresas de tecnologia se recusarem a "dar as chaves" à criptografia de forma voluntária, Agências dos Cinco Olhos podem usar "medidas tecnológicas, coercivas, legislativas ou outras" contra elas.

Os serviços de inteligência não especificaram o tipo de acesso concreto que exigem das empresas, embora afirmem ter feito um convite a vários "altos representantes da indústria digital" para participar da reunião, o que não foi aceito por nenhum deles.

fonte: RT

sábado, 19 de maio de 2018

Espancamento de mulher grávida e estupro de homem: Snowden expõe torturas de Haspel


A nomeação de Gina Haspel como directora da CIA foi recebida com uma forte oposição entre os legisladores norte-americanos, já que ela foi suspeita de estar envolvida no uso de métodos de interrogatório extremos pela agência.

O famoso divulgador Edward Snowden, escreveu no seu Twitter que a nova directora da CIA participou do programa de torturas cruel, bem como encomendou a destruição do vídeo com evidências.

"Nota: Gina Haspel participou do programa de tortura que envolvia bater na barriga de uma mulher grávida (inocente), estupro anal de um homem com a comida que ele tentou rejeitar, e congelamento de um prisioneiro algemado até à morte. Ela pessoalmente escreveu o pedido para destruir 92 gravações das torturas da CIA", lê-se no seu Twitter.


Note: Gina Haspel participated in a torture program that involved beating an (innocent) pregnant woman's stomach, anally raping a man with meals he tried to refuse, and freezing a shackled prisoner until he died. She personally wrote the order to destroy 92 tapes of CIA torture. https://twitter.com/realDonaldTrump/status/997220260259487744 …

​O Senado dos EUA confirmou a nomeação de Gina Haspel como a próxima directora da Agência Central de Inteligência com 45 votos a favor, de um total de 54, na quinta-feira (17). De acordo com as recentes gravações reveladas, ela supervisionou a tortura do prisioneiro, incluindo afogamento simulado e mandou destruir as evidências, declarou o Arquivo da Segurança Nacional dos EUA na Universidade de George Washington.

Na semana passada, o senador norte-americano, John McCain, recusou-se a votar a favor da nomeação de Haspel, por que acha que ela não serve para liderar a CIA devido ao "papel perturbador na supervisão do uso de torturas pelos americanos".

Durante as audições dela no Senado a 9 de maio, Haspel prometeu não renovar o programa de detenção e interrogação sob a sua liderança, embora não declarou que as tácticas de tortura eram imorais.

Gina Haspel, de 61 anos de idade, será a primeira mulher na posição da directora da CIA, que alegadamente vigiou a interrogação de um prisioneiro na prisão secreta na Tailândia, que foi afogado 83 vezes num único mês durante as torturas.


NOTA MUITO PESSOAL
Deviam fazer-lhe, igual ou dobro do que ela fez ou mandou... 
Esta criatura não é humana, deve ser um reptóide ao serviço da CIA, pessoa fria e sem sentimentos de humanísmo é um monstro,,, uma assassina, por menos muitos foram fuzilados, era o fim merecido para ela... Como diz o velho ditado TODO O PERÚ, TEM O SEU NATAL!!!!!!

fonte: Sputnik News

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