A organização fundada por Julian Assange diz que quer continuar a fazer
o seu trabalho
Depois do bloqueio levado a cabo
pelos gigantes Visa e MasterCard, que secaram os recursos da organização, a
WikiLeaks decidiu contra-atacar: a organização fundada por Julian Assange
lançou um novo site de recolha de fundos onde os apoiantes da causa poderão
depositar o seu dinheiro.
Uma associação francesa sem fins
lucrativos denominada FFDN (Fund for the Defense of Net Neutrality) abriu para
a WikiLeaks uma conta Carte Bleue (um sistema gaulês de cartões de crédito)
para que os apoiantes possam aqui depositar as suas doações.
Os interessados poderão fazê-lo
através deste link.
Um relatório financeiro sobre a
WikiLeaks publicado esta quarta-feira revela que actualmente as receitas não
cobrem as despesas. Em 18 meses as receitas do site caíram para 21% dos custos
operacionais. Se as coisas continuarem como estão, o WikiLeaks ficará sem
dinheiro nos próximos meses.
“Para prosseguir com as suas
missões a WikiLeaks deve dispor no mínimo de um milhão de euros imediatamente”,
indica o comunicado da Sunshine Press, agência de comunicação do site.
É precisamente para poder
continuar a fazer o seu trabalho que a Wikileaks pede a ajuda de todos.
A organização está em
dificuldades financeiras desde que uma dúzia de entidades bancárias americanas,
incluindo a Visa e a MasterCard, tomaram a polémica decisão de suspender o
financiamento à organização após a publicação de cerca de 250 mil documentos
secretos do Departamento de Estado americano, em Dezembro de 2010. Os gigantes
financeiros americanos tomaram esta decisão contra a WikiLeaks depois das
autoridades americanas terem afirmado que as informações publicadas teriam
consequências desastrosas para os diplomatas americanos e para os informadores
do governo dos EUA. Alguns críticos chegaram a apelidar a WikiLeaks de
“organização terrorista” após a publicação destes documentos.
Para já ainda se desconhece se
esta acção via França será tolerada pelo gigante Visa, que já em 2011 tinha
fechado uma outra via de financiamento da WikiLeaks, através do processador
islandês DataCell.
Julian Assange - que continua na
embaixada do Equador, em Londres, em busca de asilo - desafiou entretanto o
sistema Visa a impedir este mais recente esquema francês: “Eles que fechem esta
via”, disse Assange em comunicado, citado pela AP, acrescentando os gigantes
americanos de serem uma “pandilha corrupta”. “Os nossos advogados ficarão à
espera”, acrescentou ainda Assange.
Assange está a lutar contra uma
extradição para a Suécia, onde é acusado de ter praticado delitos sexuais.
Desde que foi preso no Reino Unido, em finais de 2010, Assange - que nega todas
as alegações de delitos sexuais - tem lutado contra a extradição para a Suécia.
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