RELÓGIO DO APOCALIPSE

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

“Bilderberg nunca teve tanto poder em Portugal”

Imagem relacionada

O jornalista Frederico Duarte Carvalho afirma que Portugal é “uma pequena reserva de políticos” à disposição de Bilderberg quando não há mais alternativas.


Frederico Duarte Carvalho

Jornalista de profissão, há muito que Frederico Duarte Carvalho se interessa pelo Grupo Bilderberg e como este influencia a política e a economia no mundo. Anos de interesse resultaram finalmente no livro “O Governo Bilderberg – Do Estado Novo aos nossos dias”, sobre um grupo a que chama os “senhores do mundo”, alertando que “nunca teve tanto poder em Portugal”. “A maior prova disso tudo é quem está hoje a liderar Portugal, a oposição e a Presidência da República: são tudo pessoas escolhidas por Balsemão”, disse Duarte Carvalho, apontando o dono da Impresa como o homem forte de Bilderberg em Portugal.

De que forma a história de Portugal se entrelaça com a do Grupo Bilderberg?

Este pequeno país consegue ser importante para os senhores do mundo. A partir da ii Guerra Mundial, o mais importante para o grupo era a união europeia, a unificação política e económica da Europa, e para isso era necessária a unificação da Alemanha, criarem-se as condições para que não parecesse uma vitória nem de um lado nem do outro [da Guerra Fria], e começou-se de fora para dentro, ou seja, pelos países do sul e à volta da Alemanha para que isso se tornasse uma inevitabilidade política. Portugal e Espanha nunca podiam entrar [no plano] se fossem ditaduras e, portanto, o Grupo Bilderberg procurou desde o início controlar a História. E Portugal, como potência colonial, era muito apetecível e tinha sido membro fundador da NATO, apesar de ser uma ditadura. Bilderberg é o braço político da NATO.

Quais foram os principais momentos dessas intervenções?

Durante o período de Salazar, Bilderberg esteve mais ou menos controlado. Não há grandes momentos, é um bocado linear, é um percurso. Mas há momentos decisivos, como quando convidam o ministro [dos Negócios Estrangeiros de Salazar] Franco Nogueira, em 1967, e ele traz um documento de Cambridge sobre o futuro da NATO onde é dito o que se está a passar hoje: com o fim da URSS, atrair os países satélites para o seio da NATO. Quando falo do grupo, não estou a falar de um senhor que controla com um computador o que se passa: há uma conjugação de interesses que ocorrem de forma natural, orgânica e harmoniosa. Depois, quando Vítor Constâncio vai [à reunião], em 1978, é a primeira vez que Bilderberg sai da alçada dos negócios estrangeiros e entra finalmente no campo da economia. E, por fim, quando Balsemão se torna, em 1981, convidado e acaba membro permanente até 2015.

Qual a importância de Portugal depois da adesão à CEE?

Entrámos na CEE em 1986 e três anos depois cai o Muro de Berlim. O grande objetivo político é alcançado e é preciso tratar da construção económica com a moeda única. Portugal acaba por ser muito importante – ao darmos o passo para a moeda única, estamos a mostrar que até um pequeno país do sul da Europa pode ter a mesma moeda que a Alemanha; simbolicamente, fomos muito importantes –, mas sobretudo pela criação de políticos que podem ser usados quando a Europa está complicada. Portugal, país pequeno e simpático, é sempre uma pequena reserva. Quando os outros não se entendem, um político português pode sempre funcionar muito bem, como Barroso e António Guterres.

No livro refere o anticomunismo do grupo e deixa no ar a ideia de o caso Casa Pia ter sido contra Ferro Rodrigues.

Quem diz isso é Daniel Estulin. Limito--me a constatar um encontro entre Durão Barroso e Ferro Rodrigues em Paris, dias antes de Paulo Pedroso ser detido. Balsemão era primeiro-ministro em 1982, quando o caso Casa Pia começou, e Teresa Costa Macedo tinha os relatórios, isso são factos. Estulin faz a ligação e diz que muitas vezes são usadas acusações de pedofilia para controlar políticos. Para mim, é uma coisa de Bilderberg ou feita por elementos do grupo. As reuniões anuais deles são como de CEO’s a decidirem sobre a sua empresa, neste caso o mundo, nomeadamente os EUA e a Europa. Não vou dizer que a Casa Pia partiu de Bilderberg, mas envolveu pessoas de lá, isso é óbvio.

Diz que tudo aconteceu por Ferro Rodrigues ponderar uma aliança com o PCP.

Na altura falou-se nisso e ainda era visto como contranatura, isso sim. Se calhar, Ferro Rodrigues esticou demasiado a corda e pode ter pago desproporcionadamente. Que houve muita proteção a Barroso, houve. Wilfried Martens [então presidente do Partido Popular Europeu] veio cá almoçar e Barroso disse-lhe que, se não encontrassem ninguém, estava disposto a sair a meio do mandato para a Comissão Europeia. Já estava a preparar o caminho e vê-se que estava muito coordenado com Balsemão. Em 2015 tornou-se sucessor em Bilderberg. Os convites de Balsemão foram sempre democráticos na polarização: convidava alguém do PS e outro do PSD, jogando sempre nos dois tabuleiros do xadrez. Se alguém sai da linha, Bilderberg atua.

Qual a real influência de Balsemão?

É a comunicação social e é o número 1 no PSD. A televisão dele é quem põe e dispõe as pessoas que devem ser ouvidas e, por muita independência dos jornalistas, tem sempre a última palavra a dizer – é ele quem assina os cheques. Se não é respeitado por quem escolhe para ir a Bilderberg, há toda uma conjugação. A maior prova disso tudo é quem está hoje a liderar Portugal, a oposição e na Presidência da República: são tudo pessoas escolhidas por Balsemão. Ao chegar ao governo com um acordo com PCP e BE, António Costa conseguiu domar a esquerda, o que é extraordinário, e Bilderberg está-lhe agradecido. Bilderberg nunca teve tanto poder em Portugal.

Até que ponto a ida de uma pessoa a uma reunião faz com que pertença ao grupo?

Quando se vai a uma reunião de Bilderberg é como ir a uma espécie de entrevista de emprego. Vai por já ter feito coisas e por poder fazer coisas; vai para ser integrada entre amigos. Uma pessoa fica num ambiente de mosteiro com as personalidades mais influentes do mundo, fica-se com uma ótima rede de networking. Sabe que fez um caminho e que, se continuar, vai ser protegido. Volte ou não, terá um número de telefone do representante de cá [Portugal] que, por sua vez, pode ligar a duas ou três personalidades-chave no mundo. Isso é um poder extraordinário. Também se beneficia dos relatórios que todos os anos fazem. Ir a uma reunião não faz uma pessoa ser a mais importante e que fique logo no topo. O Santana Lopes foi a uma reunião e só se tem lixado. Se calhar, por não ter respondido a Bilderberg como gostariam; foi usado na transição entre Barroso e Sócrates. Se se alinhar com os rapazes, ser-se-á protegido pelos rapazes enquanto for útil.

Quais as consequências das ações de Bilderberg para a democracia portuguesa?

Estamos subjugados ao poder orçamental de Bruxelas. A democracia é um bem demasiado precioso e temos de cuidar dela todos os dias, mesmo que ameaçada e controlada há muito tempo. Salazar respeitava a democracia, por isso é que a punia e não a queria. Bilderberg não a respeita e por isso não quer saber o que pode decidir.

fonte: i online

domingo, 10 de fevereiro de 2019

Artigo 13: maioria da UE aceita reforma dos direitos de autor

Resultado de imagem para artigo 13

Apenas as plataformas com menos de cinco milhões de visitantes por mês ou com um volume de negócios anual abaixo dos dez milhões de euros têm possibilidade de escapar ao artigo 13

Uma maioria de países da União Europeia (UE) aceitou na noite de sexta-feira o compromisso franco-alemão sobre a controversa reforma europeia dos direitos de autor. O vice-presidente da Comissão Europeia com o pelouro do Mercado Digital, Andrus Ansip, saudou o acordo: "Feliz por ver os países da UE encontrarem mais uma vez uma voz comum sobre a reforma dos direitos de autor. Espero um acordo final na próxima semana. Os europeus merecem regras do direito de autor adaptadas à era digital: é bom para os criadores, as plataformas e os utilizadores regulares da internet", declarou, em mensagem distribuída através da rede social Twitter.

O Conselho da União Europeia chegou a acordo mas agora é preciso retomar as negociações com o Parlamento Europeu e a Comissão Europeia para chegar a um texto definitivo ainda em fevereiro.

"O texto manteve-se quase todo, com apenas um pequena adaptação técnica", disse uma fonte à AFP. Alemanha e França tinham chegado a acordo na segunda-feira sobre o artigo 13.º, quando a sua discórdia ameaçava bloquear o projeto de diretiva europeia. Este artigo prevê incitar as plataformas, como YouTube, a pagar melhor aos criadores e obrigá-las a retirar conteúdos que tenham sido objeto de acordo de licenciamento entre o artista e a plataforma.

O documento discutido na sexta-feira à noite passou a prever então que o artigo 13.º se aplique a todas as plataformas 'online', incluindo as sem fins lucrativos, fazendo com que tenham de instalar um sistema para controlar o material que é carregado pelos utilizadores. Criaram-se, contudo, exceções para plataformas que tenham um volume de negócios anual abaixo dos dez milhões de euros (consideradas no documento como micro e pequenas empresas), menos de cinco milhões de visitantes por mês e estejam 'online' há menos de três anos.

Além destes limites, as empresas devem impedir o reaparecimento dos conteúdos suprimidos e filtrar as colocações em linha em função de listas fornecidas pelos titulares de direitos.

A reforma do direito de autor prevê também a criação de um 'direito vizinho' do direito de autor para os editores da comunicação social, que permitam aos jornais, às revistas e às agências noticiosas serem remuneradas pela reutilização na internet da sua produção por agregadores de informação.

Os artigos da polémica

Esta reforma, asperamente discutida desde a sua apresentação em setembro de 2016 pelo Executivo europeu, tem por objetivo principal modernizar os direitos de autor na idade do digital. O texto da proposta da diretiva, alvo de intensa polémica, tem vindo a ser discutido e alterado ao longo dos anos, sendo que só no final do ano passado o Conselho da UE e o Parlamento Europeu apresentaram as respetivas versões para negociarem o documento.

A discussão tem sido forte, por intermédio de vários lobistas, entre os meios de comunicação e os criadores, por um lado, que querem ser mais bem pagos, e as grandes empresas do digital, que defendem o seu modelo de negócio, reforçados, de maneira inesperada, pelos defensores da liberdade na internet. Os artigos polémicos são o 11.º e o 13.º: enquanto o artigo 11.º diz respeito à proteção de publicações de imprensa para utilizações digitais, prevendo um pagamento a essa mesma publicação na partilha de 'links' ou de referências, o artigo 13.º prevê a criação de um mecanismo para controlar o material que é carregado nas plataformas por parte dos utilizadores, sistema este que tem sido muito criticado por não conseguir distinguir um uso legal (como a citação) de uma utilização ilegal.

As discussões vão continuar na próxima semana entre os representantes das três instituições europeias -- o Conselho, o Parlamento e a Comissão -, o que se designa no jargão comunitário por triálogo, para procurar chegar a um texto comum. "Falta definir o dia do triálogo: 11, 12 ou 13 de fevereiro", disse uma das fontes à AFP.

O objetivo era haver uma discussão final desta diretiva no Parlamento Europeu até abril, já que para final de maio estão marcadas eleições europeias, mas não há para já certezas quanto a prazos.

fonte: Diário de Noticias

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Erdogan: "Eu não consigo entender o silêncio dos EUA sobre o terrível assassinato de Khashoggi"


O presidente turco disse que os culpados "devem ser levados à justiça".

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, descreveu neste domingo como "horrível" o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi e afirmou que não consegue entender a falta de reacção por parte dos Estados Unidos. sobre isto.

Eu não consigo entender o silêncio dos EUA sobre o assassinato horrível" de Khashoggi, o presidente turco indicou.

Erdogan disse que os culpados "devem ser levados à justiça ".

O jornalista saudita, residente nos EUA e colunista do The Washington Post, desapareceu a 2 de outubro depois de entrar no consulado da Arábia Saudita em Istambul (Turquia).

Depois de várias explicações contraditórias, Riyadh admitiu que Khashoggi foi morto no consulado, mas nega o envolvimento do governo. 

As autoridades sauditas dizem que os agentes que assassinaram o jornalista ultrapassaram sua autoridade e que já prenderam 21 pessoas relacionadas ao caso, cinco das quais poderiam enfrentar a pena de morte.


fonte: RT

Planos secretos vazaram para evacuar a rainha Elizabeth II de Londres em caso de agitação por um Brexit sem acordo


Foram desenvolvidos durante a Guerra Fria e foram actualizados nas últimas semanas.

A Rainha Elizabeth II e outros membros da família real serão evacuados de sua residência em Londres se ocorrerem tumultos na capital britânica após um Brexit sem acordo, segundo planos secretos revelados por uma fonte anónima ao jornal Sunday Times.

De acordo com um artigo, publicado a 3 de fevereiro, o monarca e o príncipe Philip, duque de Edimburgo, serão transferidos para uma cidade, que não foi divulgada.

Também é indicado que os planos directores do plano foram concebidos durante a Guerra Fria e foram actualizados nas últimas semanas, em preparação para uma possível "desordem civil".

Nesse contexto, Dai Davies, que afirmava estar encarregado da protecção da realeza, afirmou que "se houvesse problemas em Londres, isso claramente tiraria a família real dos lugares-chave".

Anteriormente, também havia vazado que o Ministério da Defesa britânico começou a elaborar um plano de contingência que prevê o envio de tropas às ruas para responder a possíveis distúrbios caso o acordo sobre a saída do Reino Unido da UE fosse frustrado. .

O plano prevê o reforço das patrulhas policiais pelos militares: a partir do primeiro dia de sua possível implementação, o Ministério da Defesa está pronto para enviar 1200 soldados em auxílio da Polícia, e esse número pode ser aumentado para 10 mil .

fonte: RT

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...