O Diário de Notícias divulgou, recentemente, que mais de 740 clínicos abandonaram o Serviço Nacional de Saúde (SNS) no ano passado e que até março deste ano mais 260 vão aposentar-se. Destes cerca de 450 eram clínicos gerais, o que significa que pelo menos 675 mil utentes perderam o seu médico de família, isto apesar das medidas do Governo para travar a falta de profissionais nos centros de saúde.
Os sindicatos alegam que a idade está longe de ser o principal motivo para estas saídas em catadupa. “É o desencanto com a falta de concursos, congelamentos e com as discrepâncias introduzidas pelos contratos individuais de trabalho”, avança o Sindicato Independente dos Médicos.
As contas da ministra
Já a ministra da Saúde, Ana Jorge, afirma que cerca de meio milhão de portugueses não tem, atualmente, médico de família. Na Comissão Parlamentar de Saúde, a governante disse que apesar do aumento do número de médicos de clínica geral e familiar, ainda há muitos utentes sem médico de família atribuído.
O ministério da Saúde estimava assegurar que todos os portugueses tivessem o seu médico de família em 2012/2013, mas a ministra diz agora que esse objetivo só será atingido em 2015. “Para isto, contribuíram também algumas reformas antecipadas”, assumiu. Aos deputados, Ana Jorge revelou ainda que já regressaram ao SNS 89 médicos que se encontravam aposentados. Em relação aos que tinham pedido reforma antecipada, o Ministério registou o regresso de 38 clínicos. O regresso de médicos reformados ao SNS foi uma medida de exceção aprovada no ano passado pelo Governo para responder às corridas antecipadas às reformas e à falta de clínicos nalgumas áreas. Segundo o Tribunal de Contas, existem 1,5 milhões de portugueses sem médico de família.
fonte: Folha de Portugal
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