A crise tem sido rigorosa e fatal para muitos, afetando a todos, até mesmo aqueles que pensavam ser imunes a este cenário. No entanto, existem algumas áreas em que a crise não se tem feito notar tanto, como, por exemplo, no negócio da compra e venda de armas. Foi esta a conclusão do último relatório do Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI) sobre esta indústria. Relatório este que calculou que, desde 2002, as 100 maiores empresas aumentaram as suas vendas em 59%, dados que resultam da medição das vendas diretas de bens e serviços militares a consumidores militares (forças armadas dos países). Segundo o mesmo documento, não existe uma relação causal entre a venda de armas e a emergência de conflitos. Mas, por outro lado, existem especialistas que sugerem que a aquisição de quantidades significativas de armas poderá, de alguma forma, potenciar o recurso às forças armadas, como forma de resolver disputas políticas.
EUA lideram na produção
O relatório acima mencionado explicou ainda que as 10 maiores produtoras de armas lucraram quase 170 mil milhões de euros, em 2009, representando 56,9% do volume global de vendas das 100 maiores. Só nos Estado Unidos da América e na Europa Ocidental estão localizadas 78 dessas empresas, as quais originaram vendas de 269 mil milhões de euros, ou seja, 91,7% das vendas globais das 100 maiores. Na Finlândia, na França, na Alemanha, na Itália, na Espanha, na Suíça, na Suécia e no Reino Unido estão instaladas 33 das 100 maiores empresas mundiais de armas, tendo estas gerado quase 88 mil milhões de euros em vendas, cerca de 30% do global das100 maiores.
“A despesa do Governo norte-americano em serviços e bens militares é um fator-chave no aumento da venda de armas: tanto para os produtores norte-americanos e empresas de serviços militares, como para as empresas da Europa Ocidental com um ponto de apoio no mercado das armas e serviços militares dos Estados Unidos”, explicou a especialista do SIPRI, Susan Jackson.
O domínio dos 5 fornecedores
O comércio internacional de armas tem sido o domínio global de cinco fornecedores, isto na perspetiva de Paul Holtom, diretor do programa de transferências de armamento do SIPRI. “Entre 2005 e 2009, os cinco maiores exportadores de armas convencionais foram os EUA (30%), a Rússia (29%), a Alemanha (11%), a França (8%) e o Reino Unido (4%). Coletivamente, representam 76% das exportações”, adiantou ainda o mesmo. Já do lado dos compradores de armas, os que se destacaram, de 2005 a 2009, foram: a China com 9%; a Índia com 7%; a Coreia do Sul e os Emirados Árabes Unidos com 6%; a Grécia com 4%; representando os cinco 32% do investimento global.
fonte: Folha de Portugal
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