RELÓGIO DO APOCALIPSE

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Preço do pão pode subir
















O secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, admitiu hoje a possibilidade de um aumento do custo do pão, consequência do preço dos cereais que disparou 76 por cento no último ano e deve continuar a subir.

«Claro que se os preços (dos cereais) persistirem, é possível que haja um impacto (no pão)», considerou, em Mirandela, à margem de uma reunião com uma associação local de agricultores.

O governante referiu que como «o pão é um produto transformado, o impacto da subida de cereais não se sente tão imediatamente», mas não excluiu essa possibilidade.

Portugal importa 75 por cento dos cerais que consome e o secretário de Estado acredita que é possível diminuir a dependência do exterior nesta e outras áreas responsáveis por um défice de quatro mil milhões de euros na balança comercial agrícola portuguesa.

Segundo defendeu, o país pode também aumentar a produção interna com a conversão das explorações de sequeiro para regadio, além da investigação de variedades que tenham maiores produtividades em zonas difíceis e com climas secos.

José Diogo Albuquerque entende que essa solução não necessitará de novos investimentos, mas a rentabilização dos já existentes, como é o caso do projeto de 100 mil hectares de regadio do Alqueva, no Alentejo.

«Já houve bastante investimento no regadio, falta averiguar e perceber porque é que não há mais aumento e conversão dos produtores de cereais para regadio. Nós temos um projecto com à volta de 100 mil hectares para área de regadio, estão 50 mil feitos, mas só 10 mil a funcionar», disse.

Para o secretário de Estado, «é importante esta reconversão». Porém, deixou um alerta aos agricultores «porque, muitas vezes, quando há aumentos de preços há uma adesão de moda a um certo tipo de cultura, mas os preços sobem e depois voltam a descer».

«Nós vimos isso no leite, em 2007. Houve uma euforia com os preços altos e depois os preços desceram e entrámos numa crise do leite. Portanto, aqui há que ter sempre muita calma e ponderação. Cabe-nos também dar esses dados e fazer as previsões», afirmou.

O secretário de Estado comentou ainda a proposta do Bloco de Esquerda para a criação de um «banco de terras», adiantando que é um assunto que o Governo «está a estudar».

«É óbvio que um sistema de emparcelamento mais positivo que permita aos agricultores irem buscar terras quando as necessitem é fundamental. Portanto, em termos de ideologia, estamos em convergência. Em termos de como chegar lá, nós estamos a analisar e queremos propor algo que seja funcional», declarou.

fonte: Sol

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