No vídeo, que rapidamente se tornou viral nas redes sociais, uma mulher, conhecida simplesmente como Yulia, apela à comunidade internacional para que apoie o povo ucraniano e a luta que trava nas ruas pela liberdade e democracia no seu país.
A jovem faz o apelo alegadamente desde o centro de Kiev, local com enorme carga simbólica e palco de confrontos entre polícias e manifestantes dizendo que "o mundo precisa saber porque razão há milhares de ucranianos nas ruas".
"Nós queremos livrar-nos de uma ditadura, de políticos que trabalham apenas para si próprios e só para garantir as suas fortunas, as suas casas e poder", diz a jovem, acrescentando que quer dignidade para os ucranianos, que "são um povo civilizado mas governado por bárbaros".
Numa alusão ao apoio russo ao Presidente da Ucrânia, Viktor Ianukovitch, a jovem diz a determinada altura que "isto não é a União Soviética, não queremos tribunais corruptos, queremos liberdade".
O apelo é feito "olhos nos olhos" e a "novidade" da mensagem é que não é dirigida diretamente aos Estados, aos governantes dos vários países. O vídeo é inteligentemente dirigido ao cidadão comum, ao seu coração e capacidade de mobilização por uma causa solidária. Talvez por isso se tenha tornado viral num curto espaço de tempo e chamado a atenção nas redações dos meios de comunicação de todo o mundo. No Youtube, até ao início desta tarde, o vídeo já foi visto por mais de três milhões de pessoas (3.430.128).
"Vocês podem ajudar-nos a conseguir a nossa liberdade. Contando esta história aos vossos amigos, mostrando-lhes o vídeo, partilhando a informação. Falem com os vossos amigos, com os vossos colegas, com os vossos familiares, com os vossos governantes, e digam-lhes que vocês lhes exigem que nos apoiem antes que seja tarde de mais", diz a jovem, na gravação.
No fundo, o apelo é para manter o país sobre a pressão internacional, porque para os ucranianos agora é o momento para "sair da ditadura", porque, explica a jovem no vídeo, "talvez, amanhã, possamos ficar sem telefone, sem ligação à Internet, isolados, sozinhos. E então a polícia terá todo o tempo e talvez nos possa assassinar, um a seguir ao outro, quando cair a noite".
Segundo o "The Huffington Post", o vídeo foi elaborado e publicado no Youtube pelo realizador Ben Moses, que estava a trabalhar em Kiev no documentário "A Whisper to a Roar", que conta histórias sobre a opressão política em países como o Zimbabwe, a Malásia, o Egito, a Venezuela ou a Ucrânia. "Eu estava na Ucrânia a trabalhar num projeto sobre a luta pela democracia quando estalaram os protestos. Ao falar com as pessoas e perceber o seu sofrimento, senti que tinha de fazer algo por elas e contar ao mundo o que se passa aqui. A jovem que aparece no vídeo, representa o cidadão comum que quer ser livre e que está neste momento a lutar nas ruas pela democracia", disse.
A mulher, conhecida apenas como Yulia, afirmou à CTV News que a sua motivação para fazer o vídeo foi "a necessidade de atrair a atenção mundial para o problema, para a tragédia ucraniana", adiantando que "espero que funcione e que consiga, pelo menos, salvar alguém".
fonte: Diário de Noticias
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