RELÓGIO DO APOCALIPSE

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Hackers russos roubaram informação ao Ministério da Defesa


Em novembro passado, um ataque aos sistemas informáticos do Ministério da Defesa e do Estado Maior das Forças Armadas permitiu a um grupo de “hackers” russos desviar três gigabytes de informação.

De acordo com o Correio da Manhã, que avança a notícia esta quarta-feira, os dados continham maioritariamente e-mails. O Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas já admitiu a invasão ao sistema informático da Defesa.

O ataque incidiu sobre contas de correio eletrónico de funcionários civis e militares que trabalham no edifício do Ministério da Defesa, no Restelo. Um dos alvos terá sido vítima de “phishing” (esquema em que se envia um email aparentemente inócuo, mas que, quando o destinatário carrega nos ‘links’ ou ficheiros que contém, permite a quem enviou ter acesso a esses computadores), permitindo o acesso ao sistema.

“Tivemos em novembro um ataque aos sistemas de Defesa que não foi detetado por nós. Foi semelhante a outro que houve na Alemanha e os Serviços de Informações avisaram-nos. Depois, especialistas de Defesa conseguiram controlar o ataque”, disse o almirante Silva Ribeiro, na segunda-feira, em declarações à RTP.

Na origem do ataque, escreve o diário, tudo aponta para que esteja a Rússia, apesar de não haver confirmação oficial. “É aquilo a que chamamos de ameaças persistentes avançadas, de natureza estatal. Sabemos que há um [País] que está interessado em ataques a ministérios de soberania, como os Negócios Estrangeiros, a Administração Interna ou Defesa”, admitiu o almirante Silva Ribeiro, deixando subentendido que não terá partido da China, país que procura informações económicas ou de tecnologia industrial.

“Não é uma pessoa normal, sozinha, que faz isto. Requer capacidades tecnológicas, um Estado por detrás a sustentar isto”, disse o almirante.

fonte: ZAP

sábado, 13 de abril de 2019

Wikileaks liberta centenas de documentos secretos após a detenção de Assange


Um dia depois da detenção de Julian Assange, o portal do Wikileaks foi inundado com novos ficheiros. Entre estes, estão alguns com temas referentes a Portugal. Veja aqui a lista completa dos ficheiros disponíveis.

Depois da prisão de Julian Assange, fundador do Wikileaks, esta quinta-feira (11) em Londres, alguns órgãos de comunicação internacionais estão a dar conta da libertação de novos ficheiros confidenciais na página Wilileaks.

Assim, esta plataforma de partilha de ficheiros confidenciais libertou centenas de novos documentos associados, alegadamente, ao projeto TGV para Portugal e um relatório da PJ referente à investigação do desaparecimento de Madeleine McCann.

A nível internacional, é possível constatar a entrada de ficheiros referentes aos atentados de 11 de setembro.

Veja aqui a lista dos ficheiros partilhados no Wikileaks


quinta-feira, 11 de abril de 2019

Julian Assange: herói ou vilão?




O fundador da WikiLeaks foi detido em Londres, depois de quase sete anos exilado na embaixada do Equador no Reino Unido. Os EUA querem a sua extradição, acusando-o de conspiração.

Ativista e defensor da verdade para uns. Narcisista que pôs em risco inúmeras vidas ao divulgar documentos secretos norte-americanos para outros. Julian Assange, o fundador da WikiLeaks, foi detido esta quinta-feira após sete anos exilado na embaixada do Equador em Londres e enfrenta agora um pedido de extradição para os EUA, onde é acusado de conspiração e arrisca uma pena até cinco anos de prisão.

Julian Paul Assange nasceu na Austrália a 3 de julho de 1971 e estudou programação, matemática e física na Universidade de Queensland e de Melbourne, sem ter contudo acabado qualquer curso. O jovem pirata informático e programador, hoje com 47 anos, fundou em 2006 a WikiLeaks, uma organização especializada na análise e publicação de informações secretas sobre guerra, espionagem e corrupção. Desde então, já divulgou milhões de documentos.

Assange e a WikiLeaks saltaram para a ribalta em 2010, após a revelação de um vídeo de um bombardeamento norte-americano no Iraque, no qual morreram vários civis, ao qual se seguiu a divulgação dos diários do Afeganistão e do Iraque e da correspondência diplomática dos EUA.

Tudo material que tinha sido fornecido por Chelsea Manning (que foi condenada por espionagem e indultada no final do mandato do presidente Barack Obama, voltando novamente a ser presa por não colaborar com o grande júri que estará a investigar a WikiLeaks). A organização também divulgou material de Edward Snowden, referente ao trabalho de vigilância global da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA, tendo este conseguido asilo na Rússia.

Snowden reagiu no Twitter ao vídeo da detenção de Assange. "Os críticos podem congratular-se, mas este é um momento negro para a liberdade de imprensa", indicou, lembrando que o australiano é um editor e um jornalista vencedor de vários prémios.



Acusações sexuais

Em dezembro de 2010, no mesmo ano das primeiras grandes revelações de WikiLeaks, Assange foi detido em Londres pelas autoridades britânicas, em resposta a um mandado de detenção internacional emitido pela Suécia, que o queria interrogar por violação e agressão sexual de duas mulheres. Os factos teriam ocorrido durante uma visita de Assange a Estocolmo, em agosto de 2010, e a primeira denúncia foi encerrada. O ativista foi autorizado a sair do país, mas em setembro o processo foi reaberto.

O fundador da WikiLeaks sempre alegou que ambos os encontros tinham sido consensuais, negando as acusações e dizendo que faziam parte de uma campanha contra ele. O objetivo era extraditá-lo para os EUA, onde seria julgado pelo seu trabalho na WikiLeaks. No ano passado, o Departamento de Justiça revelou inadvertidamente a existência de um processo contra Assange, mas só esta quinta-feira foi conhecida a acusação.

Segundo o Departamento de Justiça de EUA, Assange é acusado de conspirar com Manning para descobrir uma password e aceder aos computadores do Pentágono e "encorajar ativamente" a então analista a fornecer mais informações. Enfrenta uma pena máxima de cinco anos de prisão e o pedido de extradição que os EUA enviaram ao Reino Unido será analisado a 2 de maio.

Depois de ter sido detido em Londres, Assange pagou uma fiança em dezembro de 2010, garantindo que podia aguardar a decisão da justiça britânica sobre a sua extradição em liberdade. O processo prolongou-se até que, em maio de 2012, o Supremo Tribunal britânico decidiu que devia ser extraditado para a Suécia, para ser questionado.
Exilado na embaixada

Diante dessa decisão do tribunal, Assange refugiou-se na Embaixada do Equador a 19 de junho de 2012, temendo ser deportado para a Suécia -- e consequentemente para os EUA. Foi então emitida uma ordem de captura por parte dos juízes britânicos, visto o fundador da WikiLeaks ter violado as condições da sua fiança, pelo que arriscava ser detido se deixasse o edifício em Knightsbridge. Durante anos, vários agentes vigiaram em permanência a embaixada.

Por este crime poderá ter que cumprir uma pena até um ano de prisão, tendo já esta quinta-feira sido considerado culpado por um juiz britânico que o acusou de ser "um narcisista que não consegue superar o seu próprio interesse egoísta". A sentença deverá ser conhecida no próximo mês.


Apoiantes do fundador da WikiLeaks à porta do tribunal de Westminster, em Londres. © EPA/ANDY RAIN

Entretanto, as autoridades suecas interrogaram-no na Embaixada do Equador. Tendo a maior parte dos crimes prescrito, a investigação foi dada como terminada em maio de 2017 e o pedido de extradição revogado. Contudo, um dos crimes só prescreve em agosto de 2020 e a investigação pode ser retomada se Assange voltar à Suécia.

Uma das advogadas de uma das alegadas vítimas disse à Reuters esta quinta-feira que esperam que a justiça sueca possa reabrir o processo. "Vamos fazer tudo o que pudermos para que os procuradores reabram a investigação criminal preliminar e para que Assange seja extraditado para a Suécia e julgado por violação", indicou Elisabeth Massi Fritz.

Viver na embaixada do Equador

Em agosto de 2012, menos de dois meses depois de Assange ter entrado na embaixada, o Equador concedeu-lhe asilo político.

Em 2013, quando saiu o filme biográfico O Quinto Poder, em que o ator Benedict Cumberbatch faz de Assange, este contou como era viver na embaixada, num pequeno escritório convertido em quarto, equipado com uma cama, telefone, um candeeiro com lâmpada ultravioleta para substituir a luz do sol, um computador com acesso à internet, um duche, uma passadeira e uma pequena kitchenette. Recebia então constantes visitas, incluindo de várias celebridades como Pamela Anderson, que chegou a ser apontada como sua namorada. No Twitter disse estar "em choque".

A determinada altura, Assange chegou a ter a companhia de um gato, mas teve que o dar depois de a embaixada equatoriana começar a fazer exigências em relação ao cuidado com "alimentação e higiene" do felino. Em outubro de 2018, a embaixada emitiu novas regras para Assange, ameaçando retirar-lhe o asilo.


Julian Assange na varanda da embaixada do Equador em londres a 19 de maio de 2017. © ARQUIVO REUTERS/Peter Nicholls

Em primeiro lugar, o fundador da WikiLeaks devia evitar fazer comentários políticos online -- chegou a ficar sem Internet em março, mas passou então a poder ter acesso ao Wi-fi da embaixada no portátil e no telemóvel. Além disso, tinha que pedir autorização com três dias de antecedência para qualquer visita que recebesse, estando proibido de qualquer atividade considerada "política" ou que pudesse interferir com os assuntos internos de outros países.

A partir de 1 de dezembro de 2018, passou também a ter que pagar a sua comida, roupa lavada ou outros custos relacionados com a sua estadia na embaixada. E de pagar também os exames médicos que tinha que fazer regularmente.

Críticas à decisão do Equador

O presidente que lhe deu asilo, Rafael Correa, reagiu esta quinta-feira à decisão do seu sucessor, Lenín Moreno, de retirar essa proteção ao fundador da Wikipedia.

"'Decisão soberana', que maneira de chamar a maior canalhada e cobardia! Isto nunca será esquecido em toda a humanidade. Um dos atos mais atrozes, fruto do servilismo, da vileza e da vingança. A história será implacável com o culpado de algo tão atroz", escreveu no Twitter.



Moreno confirmou precisamente no Twitter ter retirado o asilo diplomático a Assange por "violar reiteradamente as convenções internacionais e o protocolo de convivência". No vídeo, Moreno disse que pediu ao Reino Unido a garantia de que Assange não será extraditado para um país onde possa ser torturado ou condenado a pena de morte. "O governo britânico confirmou-o por escrito, de acordo com as suas próprias regras", indicou.

Os polícias que prenderam Assange "foram convidados a entrar na embaixada pelo embaixador", segundo o comunicado da Scotland Yard, a polícia britânica. O site da estação de televisão Russia Today, onde Assange tem um programa de entrevistas, publicou um vídeo do momento em que o fundador da WikiLeaks é arrastado para fora da embaixada pelos agentes britânicos.



sábado, 6 de abril de 2019

Maçonaria abre as portas ao público. Há visitas guiadas e uma Feira do Livro


A iniciativa é promovida pelo GOL neste fim de semana

“Maçonaria de Portas Abertas” é uma iniciativa do Grande Oriente Lusitano (GOL) que vai realizar-se durante este fim de semana no Museu Maçónico Português, em Lisboa.

A iniciativa prevê a realização de uma Feira do Livro, uma exposição sobre o património cultural do GOL e um evento chamado “Cápsula do Tempo” que visa reproduzir momentos históricos relacionados com a maçonaria.

Durante os dois dias há ainda tempo para discutir o papel da maçonaria. José Manuel Anes, ex-grão-mestre da Grande Loja Regular de Portugal, vai dar uma conferência sobre esoterismo e António Ventura, historiador a autor do livro sobre a história da maçonaria em Portugal, vai falar sobre a maçonaria. Há ainda uma visita guiada com o antigo diretor do Museu Maçónico, António Lopes.

Todas as iniciativas são abertas ao público em geral.

fonte: Sol

terça-feira, 2 de abril de 2019

Ciber(in)segurança em Portugal: “Posso deitar abaixo o Governo em 15 dias”


O professor e engenheiro informático José Tribolet alerta que “a fragilidade” dos “sistemas vitais é assustadora” em Portugal e ironiza que “com 100 mil euros e uma pequena equipa” deitava “abaixo um governo em 15 dias”.

Em termos de cibersegurança, “a fragilidade dos nossos sistemas vitais, os sistemas críticos que fazem a sociedade funcionar, é assustadora”, afirmou o presidente do Departamento de Engenharia Informática do IST de Lisboa, em entrevista à agência Lusa, citada pela TSF nesta terça-feira.

Para “quem saiba criar perturbações”, se “em vez de criar uma perturbação, criar quatro, cinco, seis ou sete e a repetir massivamente durante uma semana, não há nenhum governo que resista”, afirmou, evitando dar exemplos práticos por que “não é apropriado”. Sublinhou, porém, que as forças de segurança em Portugal conhecem estes riscos.

“É evidente que não há nenhuma medida de proteção tipo milagre de Fátima” nem para Portugal nem para os restantes países, acrescentou o fundador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Investigação e Desenvolvimento (INESC).

Sendo certo que este tipo de “ataques” cibernéticos “não tem nada a ver com grandes potências nem exige muito dinheiro”, pode ser feito por pequenos grupos de pessoas, o que justifica a sua frase: “Eu, com 100 mil euros e uma pequena equipa, deito abaixo o governo deste país em 15 dias.”

Para o professor universitário, que foi investigador no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, Portugal sofre de uma “falta de pensamento”na cibersegurança.

José Tribolet dá vários exemplos, a começar na administração pública, onde “não há um inventário” dos sistemas, de equipamentos, das instalações ou até dos técnicos. A informação das conservatórias dos registos “tem de estar protegida” e, na administração pública, hoje está “tudo desconjuntado”.

“Hoje em dia, essa informação está guardada em bancos de dados que não estão ligados a nada. Têm de estar numa cave, algures numa gruta, bem protegidos fisicamente”, disse.

Depois, numa lógica quase militar nesta guerra de defesa cibernética, faltam, segundo o professor que foi aluno do Colégio Militar, “oficiais de combate”, “comandos” para defenderem as estruturas vitais do país, como a distribuição de eletricidade, água ou telecomunicações.

O professor e fundador do INESC tem um plano, desde 2016, para fazer formação nesta área da segurança, mas não tem tido candidatos e a razão é simples: os alunos que saem das universidades portuguesas em áreas como engenharia informática ou engenharia de redes ou sistemas e computadores não têm falta de emprego.

A solução passa por envolver, num curso pago, as cerca de 40 empresas, públicas e privadas, que operam sistemas sob concessão, nas águas, gás, eletricidade, transporte.

“Se cada um desses operadores se comprometer a recrutar” a formação de um técnico, por semestre, num curso do Instituto Superior Técnico (IST), então, durante quatro anos serão 320 os técnicos formados nesta área da cibersegurança. Não são “precisos acordos ou criar institutos” e “o Estado não precisa de meter dinheiro nisto”, afirmou.

Prestes a fazer 70 anos e a reformar-se, José Tribolet faz uma definição “sui generis” da sua ideia e do curso: “Isto é o trivial, é necessário e não há tempo a perder. É uma daquelas ideias à Tribolet. Na minha vida, felizmente que vou fazer 70 anos e vou-me reformar da universidade este ano, metade das ideias estúpidas que tive cumpriram-se e tiveram sucesso. Sou um homem feliz”, concluiu.

fonte: ZAP

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